quarta-feira, 8 de maio de 2019

Os Fundamentos de Romanos


Tenho estudado e ensinado a Epístola de Paulo aos Romanos muitas vezes nos últimos dias.
Esta epístola mas parece um tratado teológico, é a obra prima de Paulo. Existem passagens de difícil entendimento. Mas o que podemos aprender de fundamental, de alicerce nesta carta? Como podemos pegar a ideia central sem ficar discutindo sobre alguns versículos? Não podemos focar tanto numa única árvore e perder a beleza da floresta toda.
Na carta descobrimos que Paulo não conhecia a igreja de Roma, não foi ele quem fundou a igreja e até a data da carta não tinha visitado a igreja, embora desejasse muito fazê-lo. Paulo decide fazer uma defesa do evangelho que ele pregava, também tratar dos conflitos entre judeus e gentios(não judeus) e expor seus planos de pregar na Espanha passando por Roma e sendo encaminhado pela igreja de lá. Então alguns dos alicerces desta carta são:
Toda humanidade está encerrada debaixo do pecado, isto é algo universal e judeus e gentios todos estão condenados por terem rejeitado a Deus. Paulo mostra nos primeiros capítulos as consequências desta humanidade caída e longe de Deus. Com tudo isso podemos perceber que independente de cultura e local geográfico o homem, na sua essência e igual. Muitos acham os índios bárbaros por enterrarem crianças vivas. Mas em culturas chamadas civilizadas crianças são abusadas e até jogadas no lixo praticamente todos os dias. Basta ligar a televisão nos programas policiais. O homem sem Deus faz besteiras e por isso que eu não quero um mundo “mais humano” porque já está provado que o humano conduz ao caos. Quero um mundo mais divino, mais do Reino de Deus. Venha o teu Reino Senhor…
A solução de Deus – Depois de Paulo gastar três capítulos mostrando a situação de degradação da humanidade e sem condição alguma de reverter isto, ele vai focar num ato soberano de Deus: tornar o homem justo através do sacrifício de Jesus na cruz. Sendo o homem justificado pela fé e não por obras. A solução veio de Deus, da maneira Dele, a Obra é Dele...Jesus morreu por nós enquanto éramos pecadores. E Paulo diz que esta é a prova do amor de Deus por nós. Com isto ele confronta tanto Judeus como gentios, todos em igualdade, todos separados da glória de Deus e ambos salvos da mesma maneira: Pela graça de Deus.
Libertos do pecado e da lei - Uma vez entendendo estes alicerces nos primeiros capítulos da carta e se rendendo a solução vinda do alto podemos ser reconciliados com Deus e desfrutar de paz. Os próximos argumentos de Paulo é deixar claro que esta graça nos liberta do domínio do pecado para viver uma vida que agrada a Deus. Também mostrando que não podemos viver mais debaixo da caducidade da lei mas em novidade de vida e a forma de viver esta nova vida é ser guiado pelo o Espirito Santo. “Todos aqueles que são guiados pelos o Espirito Santo, esses são filhos de Deus.”
Vivendo em Unidade – Paulo vai concluir a epístola com um apelo a unidade mostrando na prática como judeus e gentios deveriam viver num só corpo debaixo do senhorio de Jesus Cristo.
Esta carta é um manual completo, leva apenas uma hora para ler os dezesseis capítulos e nela vamos descobrir a condição de toda humanidade perdida, a solução que Deus providenciou, a maneira de viver em santidade e como andar em unidade no corpo de Cristo. Tudo isto foi fundamentado muito bem na pessoa de Deus e nas promessas dele, Paulo fez questão de mostrar que não era um ensinamento novo, mas sim o cumprimento das promessas de Deus. Por isso temos 122 referencias ao Antigo Testamento e 155 referencias a pessoa de Deus. Podemos concluir que Paulo firmou os alicerces de sua teologia na pessoa de Deus e nas suas promessas. Vamos mergulhar nesta carta. Por mais que estudamos a “Palavra” sempre vai ter algo para ser descoberto.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Quem é semelhante a Deus?


Fui convidado para ensinar o livro de Miqueias para uma turma de um seminário intensivo de estudos Bíblicos. Esta turma tinha que aplicar um método de estudo em um livro do antigo testamento que deveria ser um volume pequeno. Fiquei pensando porque Miquéias? Poderiam ter escolhido outros livros pequenos do AT. Miqueias não é um livro muito fácil de entender e provavelmente, a maioria dos cristãos nunca leram Miqueias. Deus mais uma vez nos surpreendeu, trazendo luz sobre esta mensagem...
Claro que os detalhes, quem deveria entender eram os ouvintes originais que se distanciam de nós por cerca de dois mil e setecentos anos, num contexto de costumes e linguagem muito diferente de nossos dias. Mas a mensagem geral do livro não é difícil compreender. Na verdade, os problemas tratados por Miqueias e que traziam juízo para a nação, são atuais e recorrentes em nossa sociedade.
Tudo indica que a maior parte de seu ministério foi durante o reinado do rei Acaz, que afastou-se de Deus e fez o que era mau. Esvaziou os cofres reais e até mesmo o templo do SENHOR para fazer aliança com um rei pagão. Chegou ao ponto de queimar o próprio filho em sacrifício. Miqueias vai confrontar este governo corrupto, distante de Deus e que passou a oprimir o povo.
Miqueias também denuncia os juízes que vendiam sentenças para os príncipes aceitando propina e os profetas que profetizavam o que o povo queria ouvir, nada de mensagem impopular. Os sacerdotes ensinavam por interesse.
Agora, a mensagem forte é de que o resultado dessas transgressões traria um juízo muito próximo. Isto aconteceu com as tribos norte sendo levadas cativas pela a Assíria e o Reino do Sul algum tempo depois sendo levado pela Babilônia.
Teria esta mensagem alguma semelhança com nossos dias? Governos corruptos que oprimem o pobre, carga pesada de impostos para alimentar o próprio sistema de corrupção. Suborno em todas as áreas da sociedade, falsos profetas, sacerdotes corruptos... Nada de mensagem que fale sobre renúncia, sacrifício, sofrimento, juízo.
Mas o encorajador da mensagem de Miqueias é que tem um equilíbrio entre juízo e misericórdia, cativeiro e restauração. Ao mesmo tempo em que ele anuncia que o resultado das escolhas erradas da nação traria juízo, ele traz esperança falando da restauração da nação por causa de um Deus fiel e misericordioso. Ele vai além, mostrando um futuro distante e dando detalhes sobre a promessa do Messias que viria e profetiza até o local do nascimento de Jesus. Ele abre as cortinas para o Reino de Deus e o governo do Messias, o reto juiz.
O profeta vai concluir com uma pergunta que é o significado do próprio nome Miqueias em hebraico: ”Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? ” O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. (Miquéias 7:18) A resposta para esta pergunta tem que ser NINGUÉM. Não existe ninguém semelhante ao nosso Deus, misericordioso, fiel e compassivo.
A mensagem deste livro é clara: nossas escolhas erradas têm consequências; a apostasia leva ao cativeiro a destruição.... Mas o reto juiz tem prazer na misericórdia e nunca nos deixa sem esperança de restauração. Para nós que já vivemos a era do Reino a resposta sempre vai estar no governo, senhorio e liderança do Rei Jesus porque não existe ninguém semelhante a Ele.
Mensagem que vale para o indivíduo e para uma nação. “Quem, ó Deus, é Semelhante a ti...? ”