quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Quem é semelhante a Deus?


Fui convidado para ensinar o livro de Miqueias para uma turma de um seminário intensivo de estudos Bíblicos. Esta turma tinha que aplicar um método de estudo em um livro do antigo testamento que deveria ser um volume pequeno. Fiquei pensando porque Miquéias? Poderiam ter escolhido outros livros pequenos do AT. Miqueias não é um livro muito fácil de entender e provavelmente, a maioria dos cristãos nunca leram Miqueias. Deus mais uma vez nos surpreendeu, trazendo luz sobre esta mensagem...
Claro que os detalhes, quem deveria entender eram os ouvintes originais que se distanciam de nós por cerca de dois mil e setecentos anos, num contexto de costumes e linguagem muito diferente de nossos dias. Mas a mensagem geral do livro não é difícil compreender. Na verdade, os problemas tratados por Miqueias e que traziam juízo para a nação, são atuais e recorrentes em nossa sociedade.
Tudo indica que a maior parte de seu ministério foi durante o reinado do rei Acaz, que afastou-se de Deus e fez o que era mau. Esvaziou os cofres reais e até mesmo o templo do SENHOR para fazer aliança com um rei pagão. Chegou ao ponto de queimar o próprio filho em sacrifício. Miqueias vai confrontar este governo corrupto, distante de Deus e que passou a oprimir o povo.
Miqueias também denuncia os juízes que vendiam sentenças para os príncipes aceitando propina e os profetas que profetizavam o que o povo queria ouvir, nada de mensagem impopular. Os sacerdotes ensinavam por interesse.
Agora, a mensagem forte é de que o resultado dessas transgressões traria um juízo muito próximo. Isto aconteceu com as tribos norte sendo levadas cativas pela a Assíria e o Reino do Sul algum tempo depois sendo levado pela Babilônia.
Teria esta mensagem alguma semelhança com nossos dias? Governos corruptos que oprimem o pobre, carga pesada de impostos para alimentar o próprio sistema de corrupção. Suborno em todas as áreas da sociedade, falsos profetas, sacerdotes corruptos... Nada de mensagem que fale sobre renúncia, sacrifício, sofrimento, juízo.
Mas o encorajador da mensagem de Miqueias é que tem um equilíbrio entre juízo e misericórdia, cativeiro e restauração. Ao mesmo tempo em que ele anuncia que o resultado das escolhas erradas da nação traria juízo, ele traz esperança falando da restauração da nação por causa de um Deus fiel e misericordioso. Ele vai além, mostrando um futuro distante e dando detalhes sobre a promessa do Messias que viria e profetiza até o local do nascimento de Jesus. Ele abre as cortinas para o Reino de Deus e o governo do Messias, o reto juiz.
O profeta vai concluir com uma pergunta que é o significado do próprio nome Miqueias em hebraico: ”Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? ” O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. (Miquéias 7:18) A resposta para esta pergunta tem que ser NINGUÉM. Não existe ninguém semelhante ao nosso Deus, misericordioso, fiel e compassivo.
A mensagem deste livro é clara: nossas escolhas erradas têm consequências; a apostasia leva ao cativeiro a destruição.... Mas o reto juiz tem prazer na misericórdia e nunca nos deixa sem esperança de restauração. Para nós que já vivemos a era do Reino a resposta sempre vai estar no governo, senhorio e liderança do Rei Jesus porque não existe ninguém semelhante a Ele.
Mensagem que vale para o indivíduo e para uma nação. “Quem, ó Deus, é Semelhante a ti...? ”