sábado, 21 de fevereiro de 2009

O Livro Perdido

Havia em Judá um rei que começou a reinar aos oito anos de idade; seu nome era Josias. Seu avô se chama Manassés e foi o pior rei de Judá. Manassés reinou 55 anos e adotou práticas terríveis ao ponto de sacrificar seu próprio filho. Era agoureiro, adivinhava pelas nuvens, tratava com médiuns, feiticeiros e etc. Com um reinado tão longo e mergulhado na apostasia, dá para imaginar o legado que este rei deixou para seu neto.

Ainda na sua mocidade Josias decidiu fazer alguns reparos no templo. Em meio aos trabalhos encontrou-se “O Livro da Lei”. Opa! Estava perdido? Desde quando? Este não era o livro que deveria orientar o povo de Deus em todos os seus caminhos? Talvez isso explique a apostasia de Manassés: o Livro estava esquecido! Este livro que Deus disse: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, ao deitar-te, e ao levantar-te.” Dt. 6:7-8. O livro deveria estar presente em todos os momentos e em todas as esferas da sociedade do povo de Deus. Mas que pena, o Livro estava perdido!

Mas o que faz do jovem rei Josias um homem notável foi sua atitude ao ouvir as Palavras deste livro. Rasgou suas vestes, humilhou-se, quebrantou-se e se arrependeu, pois reconheceu que estava muito distante daquilo que o livro falava. Prontamente decidiu começar uma reforma na nação. Convocou o povo para fazerem aliança com Deus baseado nas palavras do Livro. Mas isso não ficou só no discurso. Josias foi à prática: Purificou o Templo, derrubou altares pagãos, celebrou a Páscoa, aboliu os médiuns, feiticeiros, ídolos do lar e todas as abominações que estavam em Judá . Tudo para cumprir as palavras do livro que estava perdido. Que homem admirável foi Josias, ao ponto da Bíblia dizer que antes dele não houve rei que lhe fosse semelhante e nunca se levantou outro igual.

Bem! Mas isso aconteceu por volta do ano 640 a.C! O que tem a ver comigo hoje? Na verdade tem tudo a ver pois temos “Um Livro Perdido”. Já se dizem que a Bíblia é o livro mais vendido e menos lido no mundo. Então ele pode estar perdido dentro de nossas casas, ou no templo como foi o caso de Josias. Quando perdemos este livro experimentamos apostasia, tudo passa ser relativo, não temos absolutos mais, então se instala o caos. Agora, mais do que encontrar o livro precisamos ter a atitude do rei Josias: “rasgar nossas vestes” e colocar em prática suas orientações.

Minha filha com quatro anos já tem ouvido a leitura da Bíblia ilustrada pela terceira vez. Essas histórias estão se tornando vivas na mente dela. Esses dias eu assistia o desenho “O Príncipe do Egito” com ela. Depois de assistir o desenho ela perguntou: “Pai, por que a princesa não entrega o Moisés para mãe dele criar, como está escrito na minha Bíblia ilustrada?” Respondi que era porque o autor do filme tinha optado por não colocar mas que a Bíblia dela estava correta. Depois fiquei pensando: é isso que eu quero para vida de minha filha: que ela aprenda a Bíblia de tal forma, que seja na igreja, na escola, entre amigos, quando alguma coisa não estiver de acordo com a Bíblia, ela possa identificar e se posicionar ao lado da Bíblia. Também é assim que quero continuar discipulando as pessoas: ensinando-as a encontrar o Livro Perdido e estudá-lo para que conheçam o que realmente ele diz e tomem suas decisões.

Mas também fiquei imaginando quantos povos que andam nas trevas porque ainda não encontraram o “livro perdido”. Etnias isoladas nas florestas, nas montanhas, nos desertos, nos países islâmicos! À exemplo do rei Josias quero ajudar esses povos a encontrar o “Livro” e fazerem a aliança com o Deus deste “Livro”. Quero “rasgar minhas vestes” diante das verdades deste “Maravilhoso Livro” e dizer que ele é verdadeiro, é a Palavra de Deus, não é ultrapassado, mas é vivo e eficaz.

A história deste Rei esta em 2Reis 22-23

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Morre Tititu Suruwaha

Queridos amigos e irmãos, recebemos uma notícia muito triste.
Morre de desidratação, dentro da área indígena,
a pequena Tititu Suruwahá.
Muitos de vocês conheciam este rostinho alegre e sapeca e acompanhavam sua trajetória. Seus pais, Naru e Kusiumã, procuraram a equipe da JOCUM e pediram ajuda para salvar a vida de sua filha em 2005. A menina nasceu com uma má formação no órgão genital e por conta disso deveria ter sido abandonada para morrer na floresta logo depois do parto. Mas, contrariando a tradição, seus pais lutaram para que ela recebesse tratamento médico e passasse por uma cirurgia corretora do órgão genital.
Quem nos acompanha desde aquele tempo sabe da luta que este casal enfrentou. Conseguimos a autorização da FUNAI e levamos a família para São Paulo, onde ela foi acompanhada na USP e a cirurgia foi marcada. Devido a uma denúncia feita por antropólogos ultra-relativistas a FUNASA não concedeu a autorização para a cirurgia e os pais entraram em desespero. Tudo que eles queriam era a cirurgia e o tratamento médico de sua filha, e então retornariam para a aldeia. O assunto chegou ao conhecimento de uma jornalista da rede globo e o impasse foi parar no programa Fantástico. Em alto e bom som, em rede nacional, Naru fez um apelo desesperado:
"Se o médico operar minha filha, meu coração vai ser só sorriso.Se o médico não operar eu vou ter que dar veneno para ela. Meu coração vai ser só tristeza. Eu também acabaria tomando veneno, eu iria me matar."
Envergonhada e pressionada com a repercussão do fato, a FUNASA autorizou a cirurgia na mesma semana. O coração de Naru voltou a ser "só sorriso." Em poucos meses a família estava de volta na ára indígena onde Tititu foi recebida com alegria, e foi totalmente aceita e amada pelo seu povo. Tudo levava a crer que Tititu tinha vencido - ela estava crescendo feliz e se tornando uma menina esperta e levada.
Mas Naru e Kusiumã tinham consciência que a doença de Tititu era grave e que ela precisaria de acompanhamento médico pelo resto da vida. Eles aprenderam a administrar as doses diárias de hormônios e sempre colaboraram quando chegava a época de ir a Manaus para que Tititu fizesse os exames de sangue para o controle hormonal. A FUNASA assumiu o compromisso público de acompanhar a Tititu e garantir que os exames não se atrasassem e que o remédio não faltasse nunca. Vários relatórios médicos indicavam que sem o medicamento na dose certa, Tititu sofreria uma desidratação súbita e poderia vir a óbito em poucos dias.
A morte recente de Tititu por desidratação precisa ser explicada. A equipe da JOCUM não estava na aldeia por conta de uma determinação da FUNAI, que alega que os índios confiam mais nos missionários que nos funcionários, e que isso atrapalharia o trabalho das equipes de saúde. É verdade que os índios confiam mais nos missionários, que trabalham com eles desde 1985, falam a língua e respeitam a cultura do povo. Não é verdade que os missionários atrapalham o tratamento médico - pelo contrário, eles servem como intérpretes para as equipes da FUNASA e ajudam os funcionários a entender os melindres da cultura indígena para que os procedimentos médicos sejam compreendidos e aceitos pelo povo.
Sem a equipe de missionários, os suruwahá ficam a mercê de funcionários que não falam a língua nem entendem a cultura. Na verdade, o enfermeiro nem estava na aldeia quando Tititu passou mal, mas num posto de saúde afastado. Naru teve que caminhar horas na mata com Tititu doente nos braços. Ela já chegou no posto com desidratação avançada e não resisitu.
Nós da ATINI estamos de luto pela morte de Tititu. Várias providências já estão sendo tomadas, vamos exigir explicações. Pedimos que você também entre em contato com a direção da FUNAI e da FUNASA para cobrar explicações. Denuncie esse descaso - uma vida não tem preço! Se permanecermos em silêncio, é assim que as crianças indígenas continuarão sendo tratadas. Entre em contato com autoridades, com a imprensa, faça barulho. Escreva também para o Deputado Pompeo de Mattos, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pedindo que a comissão acompanhe este caso. Os endereços e telefones estão no final desta carta. Que a morte de Tititu não seja em vão.
Amigos, queríamos também pedir sua ajuda para que possamos ajudar essas crianças de maneira mais efetiva.
Temos recebido muitos pedidos de ajuda de famílias indígenas com crianças em situação de rejeição e risco, como a Tititu. Algumas são crianças que nasceram com alguma deficiência, outras são famílias que tiveram gêmeos e optaram por sair de suas aldeias. Outras são mães solteiras que não querem matar seus bebês. Nosso desejo é empoderar essas famílias para que elas possam ter dignidade e cuidar de seus próprios filhos. Uma das maneiras de fazer isso é através do nosso programa de apadrinhamento. Precisamos atingir um certo número de padrinhos para que possamos cuidar das 40 crianças que já estamos atendendo, e só então poderemos incluir mais crianças. Precisamos de centenas de padrinhos. Ana Paula Valadão se sensibilizou com a causa e aderiu nosso programa.
Divulgue esse clipe, coloque no site de sua igreja, de sua empresa, no seu blog, espalhe essa idéia. Temos 60 padrinhos, cada um contribui com 50 reais por mês. Ajude-nos a conseguir todos o padrinhos que precisamos. Seja você também UMA VOZ PELA VIDA.
Muito obrigado,


Edson e Márcia Suzuki
ATINI - VOZ PELA VIDA
www.atini.org
CONTATO DAS AUTORIDADES
Presidente da FUNAI
Márcio Meira
comunicacao.funai@gmail.com (não consegui e-mail pessoal dele)
Endereço: SEPS 702/902 - ED.Lex CEP.70.390.025
Telefone: 61 3313.3501 / 3226.8503
Fax: 61 3226.8782
Coordenador de Saúde Indígena da FUNASA
Wanderley Guenka wanderley.guenka@funasa.gov.br
Departamento de Saúde Indígena (Desai)
SAS - Quadra 05 - Bloco "N" - Lote 2 - 12º andar, Ed. OAB CEP: 70.438-901 - Brasília/DF
Telefone: (61) 3314-6442 / 6356 / 6481 Fax: (61) 3314-6653
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
Deputado Pompeo de Mattos (PDT - RS) - Esse é aliado, é para elogiar empenho e pedir mais apoio!!!!

dep.pompeodemattos@camara.gov.br

Gabinete 810 - Anexo IV
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