quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Autor da Lei Muwaji é severamente punido pelo PT

Queridos amigos,

O Deputado Henrique Afonso, o primeiro parlamentar a se sensibilizar com a luta das mães indígenas contra o infanticídio, foi ontem julgado e condenado pelo PT!!!

Foto: Cedida

Foto do deputado Henrique Afonso, Marcia Suzuki e Muwaji na CASAI de Brasília.

Quando chegamos em Brasíla, em 2006, o deputado Henrique Afonso foi um dos que se levantou para socorrer Iganani e Muwaji - aí começou sua luta contra o infanticídio indígena.
Por causa da sua luta, sempre a favor da vida (contra a descriminação do aborto e contra o infanticídio), ele está com seus direitos políticos suspensos. O absurdo da situação foi denunciado hoje pelo colunista da Veja Reinaldo Azevedo (leia o texto abaixo).

Vamos orar pelo deputado Henrique Afonso, homem de Deus, presbiteriano sério, que está retirado com a família, orando e buscando direção de Deus para o próximo passo. Enquanto isso, a Lei Muwaji continua fora da pauta de votação na Comissão de Direitos Humanos - sabemos que a liderança do PT é contra a aprovação.

Agradecemos seu apoio e suas orações,

Suzuki e Márcia

O PT e o Código de Ética



Blog

Reinaldo Azevedo
sexta-feira, 18 de setembro de 2009 | 13:31

Acho absolutamente notável que os petistas tenham recorrido ao Código de Ética para punir os dois deputados que participaram de manifestações contra o aborto. Então ficamos assim: quando o PT usa o Código de Ética, a vida de inocentes corre perigo.

PT usa o código de ética e pune dois parlamentares seus com raro rigor. O que foi que eles fizeram?

Na noite de ontem, o Diretório Nacional do PT decidiu punir os deputados federais Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso (AC). Por unanimidade, ambos tiveram seus direitos políticos suspensos por um ano e 90 dias, respectivamente. Não poderão votar nem ser votados nas instâncias partidárias ou discursar em nome do partido. É possível que Bassuma, nessas condições, não consiga nem mesmo se candidatar à reeleição.

Uau! Será que este partido está, finalmente, se emendando? Afinal, o que ambos fizeram?

Abaixo, segue um diálogo imaginário com um leitor otimista. Ele pergunta (em negrito) e eu respondo.


— Será, Reinaldo, que eles foram pegar dinheiro de Marcos Valério no Banco Rural?

— Besteira! Isso é permitido. Não dá punição.

— Então usaram recursos “não contabilizados” de campanha. Acertei?

— Bobagem! Isso é do jogo. Como você sabe, a campanha de Lula foi paga em moeda estrangeira, no exterior, com dinheiro de origem desconhecida.

— Já sei! Então integraram algum grupo de aloprados para fazer um dossiê falso contra adversários! Na mosca?

— Claro que não! Integrar grupo de aloprados é coisa tão importante, que todos aqueles que participaram daquela aventura eram do entorno do próprio presidente Lula. É coisa para gente graduada.

— Ah, então vamos ver: usaram, sei lá, a estrutura de um ministério, da Casa Civil por exemplo, para fazer outro dossiê contra adversários do governo.

— Errado! Quem faz isso acaba sendo considerado candidato natural à Presidência da República. Isso rende promoção no PT, jamais punição.

— Ah, então vai ver eles violaram o sigilo bancário de um caseiro. Coisa feia!

— Tolice. Isso não tem importância. Quem dá bola para caseiro?

Que diabo, então, fizeram esses dois para que toda a cúpula petista, sem exceção, decidisse ser tão severa? Bem, eles resolveram tornar pública a sua posição contrária à descriminação do aborto. Vocês entenderam direito e não precisam ler de novo. Alguns pecadilhos, no PT, como os listados acima, não têm grande importância. Mas defender o direito de um feto à vida, a depender de como seja feito, é incompatível com a ética petista. Eu já desconfiava que fosse assim. De fato, não sei o que ambos fazem no PT sendo o partido tão escancaradamente favorável à descriminação do aborto.

Como a gente nota, no PT, os que cometeram todos aqueles crimes, merecem uma segunda chance. Mas o feto não merece a única chance que tem. É a forma que a esquerda tem de ser humanista, de ser progressista. A direção recomendou ainda que Afonso não seja reconduzido à Comissão de Seguridade Social e da Família na Câmara dos Deputados. Só pode pertencer a uma comissão de família quem é favorável à morte dos fetos, entenderam?

É o PT aplicando o seu Código de Ética. Ele comporta, por exemplo, Ideli Salvatti a defender Sarney com todos os “esses” e “erres”, mas não parlamentares que participam de uma marcha contra o aborto. Vejam que engaçado: a tal manifestação, sabe-se, teve o apoio de uma ONG que conseguiu dinheiro público para a sua realização etc — vocês conhecem aquela rotina típica de petistas e ONGs. Pô, aí já é demais, não é? Dinheiro público bem utilizado é aquele que financia marchas em defesa do aborto.

Um dia essa gente há de encontrar o lugar certo na história. Que seja logo!




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